
Segundo a etimologia da palavra, decisão
consiste num ato de resolver, decidir, literalmente “cortar fora”. Do
latim DECIDERE, “determinar, definir, decidir”, formado por DE, “fora”, e
CAEDERE, “cortar”.
Palavra de atitude constante na vida do
homem, porque em todas as dimensões é necessário fazer escolhas, afinal,
não é possível seguir dois caminhos ao mesmo tempo. Entretanto, mesmo
sendo arriscado e inútil, há muitos que preferem viver com uma perna num
barco e a outra perna no outro. Tarefa perigosa, pois, ou se dedicará a
um caminho ou desprezará o outro (Mt 6,24; ICor 10,21-23). Agir dessa
maneira é típico de pessoas medrosas, possessivas, que andam como num
círculo e o futuro, é não chegar a lugar algum.
Toda escolha deixa cair outra opção, e,
como um copo que quebra ou uma árvore cortada, não há mais possibilidade
de retorno. Aqui se encontra a grande dificuldade: optar por abandonar
algo traz consequências, a renúncia sempre carrega em si um pouco de
dor. Porém, cabe ao cristão decidir qual consequência terá maior
intensidade e repercussão em sua vida. Uma resposta dada é um passo no
escuro e por isso só pode ser dado à luz da fé.
Veja o exemplo de Pedro (Jo 21, 15-17),
tinha diante da indagação de Jesus: “Apascenta minhas ovelhas”, uma
estrada sem visão do percurso, onde o Sim o levaria ao ápice da vontade
de Deus através do pastoreio da Sua Igreja. Já o “não”, o deixaria na
mesmice de uma vida de pescador sem esperança, circulando por um caminho
nada promissor. Mas, Pedro não sabia do resultado de sua escolha, deu
um passo sem saber o que o esperava pela frente, se arriscou e iluminado
pelo Espírito Santo (Mt 16,17) responde “SIM”: “Sim, Senhor eu te amo”,
por três repetidas vezes, e porque ele amava verdadeiramente, fez a
vontade de Deus. E a Igreja edifica-se sobre ele, sua pregação e ação
evangelizadora faz crescer, até nos dias atuais, a Igreja de Cristo
(Atos 2, 41).
Perceba que a decisão é a ferramenta
para o avanço e a “fórmula” para o bom êxito está na opção e preferência
pelo Salvador e Seus mandamentos. Se há diante do homem dois caminhos,
ele deve seguir aquele que o deixará mais próximo do Mestre. Sem ter
medo do que será cortado, porque mais adiante, se perceberá que não fará
falta. Agir assim é certeza de vitória.
“Não joeires a todos os ventos, não
andes por qualquer caminho, pois é assim que se revela o pecador de
linguagem dúbia. Firma-te no caminho do Senhor, na sinceridade de teus
sentimentos e conhecimentos, nunca te afastes de uma linguagem pacífica e
equitativa” (Eclo 5, 11-12)
Paz, alegria e unção.
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