Jesus conhecia profundamente a Bíblia; a
amava e se guiava pelas suas palavras. Na tentação do deserto, quando o
demônio investiu contra Ele, três vezes Jesus o rebateu com as palavras
da Escritura. “Está escrito!” Nem só de pão vive o homem, mas de toda
palavra que sai da boca do Senhor” (Dt 8,3). E nas três vezes o demônio
se afastou; ele recua diante da palavra de Deus porque ela tem poder. A
Carta aos Hebreus diz: “Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais
penetrante que uma espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma
e do corpo, e das juntas e medulas e discerne os sentimentos e
pensamentos do coração. Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e
descoberto aos olhos daquele a quem haveremos de prestar conta” (Hb
4,12-13).“Por isso também damos graças sem
cessar a Deus porque recebestes a palavra de Deus, que de nós ouvistes.
Vós a recebestes não como palavra de homens, mas como realmente é:
Palavra de Deus, que age eficazmente em vós que crestes” (1 Tess 2,13).

A palavra de Deus é transformadora,
santificante. “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para
ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça” (2Tm 3,16).
Ela é portanto um instrumento indispensável para a nossa santificação.
Não conseguiremos ter “os mesmos sentimentos de Cristo” (Fil 2,5) sem
ouvir, ler, meditar, estudar e conhecer a sua santa palavra. São
Jerônimo, que traduziu a Bíblia do grego para o latim (Vulgata), dizia
que “quem não conhece o Evangelho não conhece Jesus Cristo”.
Jesus nos ensina que “a Escritura não
pode ser desprezada” (Jo 10,34). Que poder tem a palavra de Deus! Se
Jesus a utilizou assim como uma arma espiritual na luta contra o
tentador, quanto mais nós precisamos dela! É preciso trazer a Palavra de
Deus no coração, para poder “sacá-la”, na hora da tentação, como uma
arma espiritual, como Jesus fez para nos dar o exemplo. São Paulo nos
garante que: “tudo o que se escreveu, foi escrito para a nossa
instrução, a fim de que pela paciência e consolação que dão as
Escrituras, tenhamos esperança” (Rom 15,4). O mesmo diz o livro de
Macabeus, para quem a “consolação está nos livros santos, que estão em
nossas mãos” (1Mac 12,9), e que encorajavam o povo “lendo a lei e os
profetas” (2 Mac 15,9). São Paulo recomendava a Timóteo que se aplicasse
à sua leitura (1Tm 4,13).
Jesus é a própria Palavra de Deus, o
Verbo de Deus que se fez carne (Jo 1,1s). No livro do Apocalipse, São
João viu o Filho do homem…” e de sua boca saia uma espada afiada, de
dois gumes” (Apc 1,16). É o símbolo tradicional da irresistível
penetração da palavra de Deus. São Paulo resume todo o poder da palavra
de Deus quando escreve a Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus
e útil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça”
(2Tm 3,16).
São Pedro diz que renascemos pela força
dessa palavra: “Pois haveis renascidos, não duma semente corruptível,
mas pela palavra de Deus, semente incorruptível, viva e eterna”, (1 Pe
1,23); e, como disse o profeta Isaias: “a palavra do Senhor permanece
eternamente” (Is 11,6-8).
Quando avisaram a Jesus que a Sua mãe e
os seus irmãos queriam vê-lo, o Senhor disse: “Minha mãe e meus irmãos
são estes que ouvem a palavra de Deus e a observam” (Lc 8,21). Quando
aquela mulher levantou a voz do meio do povo e lhe disse:
“Bem-aventurado o ventre que te trouxe, e os peitos que te
amamentaram!”, o Senhor respondeu: “Antes bem-aventurados aqueles que
ouvem a palavra de Deus e a observam!” (Lc 11,28).
Pela boca do profeta Amós, o Espírito
Santo disse: “Eis que vem os dias em que enviarei fome sobre a terra,
não uma fome de pão, nem uma sede de água, mas fome e sede de ouvir a
palavra do Senhor” (Am 8,11). Graças a Deus esses dias chegaram!
Prof. Felipe Aquino
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