“Não esqueças - dizia São Josemaria Escrivá - que, às vezes,
faz-nos falta ter ao lado caras sorridentes” (Sulco, n. 57).
Ele o recomendava, e (sou testemunha disso) praticava-o em
favor dos outros todos os dias. Costumava dizer, por experiência própria, que,
em muitas ocasiões, “sorrir é a melhor mortificação”, porque custa. Sim, pode
nos custar, custar muito, sobretudo nos dias em que não nos sentimos bem ou
andamos aflitos e preocupados, mas o esforço sacrificado de tentar sorrir por
amor - por amor a Deus e por amor aos outros -, passando por cima das
dificuldades, constitui um belo serviço, pois torna mais amável e alegre a vida
dos que convivem conosco.
É estranho, mas alguns pensam que sorrir sem ter vontade é
hipocrisia. Não é verdade. Por exemplo, fazer o esforço, no lar, de sorrir para
evitar preocupações, angústias, tormentos, mau humor ao marido, à mulher, aos
filhos, é um grande ato de amor. O sorriso afetuoso dissipa nuvens, desarma
irritações, abre uma nesga de céu por onde pode entrar o sol da alegria e o bom
humor.
Por isso, deve-se lutar, esforçadamente, para não privar
desse bem os outros. Sorrir não é só uma reação espontânea, uma atitude
“natural” que não se pode controlar; pode - e deve, muitas vezes - ser um ato
voluntário de amor, praticado com esforço consciente, pensando no bem dos
outros.
A este propósito, gosto de recordar um cartão de Boas-Festas
que um padre amigo me mandou em fins de 1992. Era uma folha de papel simples,
xerocada na paróquia, e trazia uma espécie de poema. Não sei se era da autoria
dele ou se o tomara emprestado de alguma publicação ou da internet. Seja como
for, o conteúdo era muito simpático. Debaixo do cabeçalho - um sorriso -,
vinham as seguintes frases:
- “Não custa nada e rende muito."
- “Enriquece quem o recebe, sem empobrecer quem o dá."
- “Dura somente um instante, mas os seus efeitos perduram
para sempre."
- “Ninguém é tão rico que dele não precise."
- “Ninguém é tão pobre que não o possa dar a todos."
- “Leva a felicidade a todos e a toda a parte."
- “É símbolo da amizade, da boa vontade, é alento para os
desanimados, repouso para os cansados, raio de sol para os tristes,
ressurreição para os desesperados."
- “Não se compra nem se empresta."
- “Nenhuma moeda do mundo pode pagar o seu valor."
- “Não há ninguém que precise tanto de um sorriso como
aquele que já não sabe sorrir."
- “Quando você nasceu, todos sorriram, só você é que
chorava. Viva de tal maneira que, quando você morrer, todos chorem e só você
sorria."
Padre Francisco Faus
http://www.padrefaus.org
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